domingo, 11 de maio de 2008

CASAMENTO OU MATRIMÔNIO (I)

Theognoto


A multi secular sabedoria que assoma das páginas do Livro Sagrado, quando adequadamente interpretada sua leitura, é fonte de preciosos ensinamentos. A par da mensagem fundamental de um Deus Criador e da lógica inferência de Seu majestoso Poder e amorosa atividade (permanente), ressalta notável a Perfeição do Artista supremo.

Não apenas a excelência do criado, mas ainda, a finalidade do Ato criador e a ordenada manutenção de toda criação revelam à saciedade aspectos de causa e efeito na obra divina. Assim, a fecundidade prodigiosa das espécies e seu evolver progressivo causam espanto às inteligências menos argutas e geram, não raramente, perplexidade e dúvidas.

Chamemos a atenção para este ponto de vista, fundamental no plano complexo da Criação: a finalidade maior da busca do Fim Supremo. De fato, tudo se ordena para a consecução do objetivo final que poderíamos assinalar com o binômio Deus – Homem.

Definida a espécie humana, pelo Criador mesmo, como Sua obra prima (já que conjecturada na atemporalidade de Deus como Sua imagem e semelhança), representará ela o ponto dominante da obra criadora. Tudo o mais nos parece girar em volta desse objetivo traçado ao Homem e para ele ordenado. A mesma atividade reprodutiva, comum a todos enquanto animais, alcança no ser racional uma dimensão transcendente.

Nas espécies bi sexuadas esta união (transitória ou permanente no contexto temporal) caracteriza-se pela conjuminação do par gerador. A tal fato, emoldurado pelos “ritos” e aparatos próprios a cada uma delas, chamamos de modo comum acasalamento. Tal proceder, resumido satisfatoriamente no plano material, resulta incompleto e falho no ser humano.

Sendo a Criação (como de resto toda a atividade divina) um ato de Amor, à obra maior dessa Criação reserva-se uma expressão mais ampla desse Amor (Charitas) que define a Santíssima Trindade. O ato natural procriativo, pelo “sopro” vivificador (o “ruach” dos antigos semitas) será, agora, guindado a uma dignidade transcendente. O evolver contínuo de tudo o criado, progressiva e ordenadamente, busca atingir o modelo pré-estabelecido.


Atingimos, então, um fulcro de transição importante. Aquela simples atividade "aeasaladora” não mais basta à nova situação evolvente. Persistindo, embora, como substrato material, não assegura, contudo, a consecução do objetivo previsto. Faz-se mister seja ela transposta a um nível mais elevado. Será, agora, escalonada a uma união mais completa onde o material se vai sublimar numa “conjugação” de atos e valores espirituais, emocionais e volitivos que ultrapassam o simples “comportamental animalesco”.

Em nossa sociedade, dia a dia mais afastada do divino e extremamente “animalizada”, o conceito básico de família vem perdendo esta visão transcendente. O termo CASAMENTO ( que etimologicamente diríamos como: manutenção - mento - do casal procriativo ) traz atualmente uma conotação predominantemente sexual, suavizada por uns tantos critérios sócio-econômicos que prendem a relação do par (será ainda um par?) a um convencional ato de interesses pessoais. Por tudo o que foi exposto até agora veremos que a visão cristã da prática da vida “divisa” comporta algo maior e mais sublime.

(segue no módulo II)



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